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Campanha Janeiro Roxo -Todos contra a Hanseníase alerta para o preconceito e importância de aumentar diagnósticos no país

Publicação: 10/01/2025
Campanha Janeiro Roxo -Todos contra a Hanseníase alerta para o preconceito e importância de aumentar diagnósticos no país

Segundo país em números absolutos de casos – perdendo para a Índia – o Brasil ainda enfrenta outros desafios para eliminar a hanseníase “como problema de saúde pública”: a endemia oculta e o preconceito. Apesar de ser um dos países que mais diagnosticam a doença, a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) vem alertando autoridades brasileiras e estrangeiras para os milhares de casos sem diagnóstico e tratamento, uma endemia oculta. A hanseníase ainda tira crianças da escola, afasta pacientes do convívio familiar e social e tira trabalhadores de seus empregos – preconceito injustificável porque em tratamento o paciente deixa de transmitir o bacilo de Hansen a seus contatos.

22.773 novos doentes foram diagnosticados no Brasil em 2023, segundo o último Boletim Epidemiológico da OMS, um aumento de 4% em comparação com 2022. 

Em Ribeirão Preto-SP, foram 172 casos novos notificados em 2023, considerada “muito alta endemia”. Em 2024, foram 140 casos novos, também situação de “muito alta endemia”, porém os dados do ano passado ainda são preliminares.

O tratamento da hanseníase é gratuito em todo o território nacional. O diagnóstico é clínico, ou seja, o paciente apresenta um conjunto de sinais e sintomas que podem ser identificados em consulta médica.

Hanseníase
É uma doença neural. Como o bacilo de Hansen agride os nervos, o paciente o apresenta neurodegeneração periférica, com alteração de sensibilidade na pele e diminuição de força na face, mãos e pés, que podem ser acompanhados de manchas irregulares avermelhadas ou esbranquiçadas pelo corpo. Em algumas áreas da pele pode haver perda de pelos, diminuição e até perda total de sensibilidade e ausência total ou parcial de suor, entre outros sintomas.

A perda de sensibilidade causa inúmeras dificuldades ao paciente em suas rotinas diárias. A pessoa pode se machucar e não sentir, passa a ter dificuldades para segurar objetos, para perceber frio ou calor, o que leva a acidentes domésticos como, por exemplo, queimaduras na rotina de cozinhar, além de dificuldades para ações simples como abotoar a roupa, manipular talheres etc.

Esses pacientes passam por inúmeros serviços de saúde e não raro são diagnosticados com doenças como artrite artrose, fibromialgia, túnel do carpo, além de várias outras enfermidades. Mas um questionário de 14 perguntas, com respostas para “sim” ou “não” foi desenvolvido por pesquisadores e está sendo utilizado para rastrear casos de hanseníase. O QSH ou Questionário de Suspeição de Hanseníase está disponível na internet , qualquer pessoa pode responder e apresentar ao médico: https://www.qsh-hcrp.com.br/questionario/

O tratamento é feito com a Poliquimioterapia, um coquetel de antibióticos. A medicação é doada aos países pela OMS.

Preconceito
O preconceito no Brasil é tão preocupante que está em um documento compilado pela SBH e entregue à Relatoria Especial das Nações Unidas para “Eliminação do Preconceito contra Pessoas Afetadas pela Hanseníase e seus Familiares”. São cerca de 40 páginas que alertam para a necessidade de combate ao problema. No Brasil ainda há editais para contratação de pessoal que impedem a participação de pessoas afetadas pela doença que não transmitem a doença quando iniciam o tratamento.

Endemia oculta de hanseníase
Nos últimos anos, a SBH tem acompanhado aumento importante de novos casos em localidades brasileiras com hansenólogos atuantes e onde são feitas ações de capacitação de profissionais de saúde, o que comprova o cenário de “endemia oculta” da hanseníase. Foi o que ocorreu em Jardinópolis, Tambaú e Ribeirão Preto, interior paulista, localidades com os maiores índices da doença no estado de São Paulo. E também no estado do Mato Grosso, onde foram formados 37 novos hansenologistas formados pela SBH.

Hansenologistas alertam que que por ser o Brasil um país endêmico para hanseníase, a preocupação recai sobre municípios, estados e regiões silenciosas para essa doença.

“Há muitas reações de espanto por parte da sociedade quando ocorre aumento de casos, porém, o que os municípios têm feito de fato em busca ativa? É preciso treinar/capacitar para diagnosticar todos os pacientes, tratar e, só então, conseguimos quebrar a cadeia de transmissão no Brasil”, explica o presidente da SBH, hansenólogo Marco Andrey Cipriani Frade.

Inteligência Artificial para apontar casos suspeitos
O Questionário de Suspeição de Hanseníase, desenvolvido na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, adotado e premiado pelo SUS, é uma ferramenta estratégica que está auxiliando no rastreio de casos no Brasil.

Para agilizar a análise de milhares de questionários, foi desenvolvida uma ferramenta de inteligência artificial também na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com supervisão do professor Cipriani Frade, conhecida como MaLeSQs – ele é capaz de apontar casos suspeitos analisando padrões de respostas do QSH. Até o desenvolvimento do MaLeSQs, já adotado pelo SUS, a análise era feita manualmente.

A cidade de Tambaú, interior paulista, é a primeira do país a avaliar 100% da população jovem e adulta para hanseníase – apenas menores de cinco anos foram excluídos das entrevistas. 15.571 (dos 21.435 habitantes) responderam às 14 perguntas do QSH e o MaLeSQs apontou 464 suspeitos – todos foram avaliados e 30 casos novos foram confirmados em apenas 10 meses de trabalho. A título de comparação, nos últimos 30 anos, a cidade diagnosticou apenas 30 pacientes.

Tambaú passou a ser classificada como de “alta endemia” para hanseníase. A OMS determina até 1 paciente a cada 10 mil habitantes para considerar que a região tem a hanseníase “controlada como problema de saúde pública”.

Todos contra a Hanseníase
Campanha lançada pela SBH em Ribeirão Preto tem abrangência nacional e está completando dez anos em 2025. Acontece durante todo o ano, com ênfase no primeiro mês, que é o Janeiro Roxo, oficializado pelo Ministério da Saúde. O primeiro Janeiro Roxo ocorreu em 2016.

A Todos contra a Hanseníase é parceira oficial do NTD World Day (Neglected Tropical Diseases World Day-Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas), uma ação global para enfrentamento de 20 doenças consideradas negligenciadas – a hanseníase é uma delas. worldntdday.org.

Para dar visibilidade à campanha, o  Senado Federal será iluminado com a cor roxa para a campanha no dia 26 de janeiro às 18h. E a ARTESP e concessionárias estão veiculando a mensagem “Janeiro Roxo-Todos contra a Hanseníase / Dormências na pele – pode ser hanseníase” em 464 painéis de rodovias, somando cerca 11,2 mil quilômetros de rodovias.

A cartilha Todos contra a Hanseníase pode ser acessada em www.sbhansenologia.org.br => campanhas

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