

A ocorrência de hanseníase em crianças e adolescentes menores de 15 anos é um dos principais alertas epidemiológicos sobre a transmissão ativa da doença no Brasil. Esse tema ganhará destaque no 19º Congresso Brasileiro de Hansenologia, que será realizado de 25 a 28 de novembro em Foz do Iguaçu (PR), e terá uma sessão especial na sexta-feira, 28/11, às 14h, dedicada exclusivamente ao assunto.
A hanseníase é uma infecção causada pelo Bacilo de Hansen, de evolução lenta, cujo período de incubação pode variar de 5 a 10 anos. Claudio Salgado, dermatologista e hansenólogo que coordenará o debate, destaca que diagnóstico em criança ou adolescente é um dos indicadores mais fortes da persistência da cadeia de transmissão do Mycobacterium leprae. “Também evidencia o desafio do país em identificar e tratar precocemente os casos — muitos pacientes ainda são diagnosticados após uma década ou mais convivendo com sinais da doença sem se perceberem doentes”.
O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase, atrás apenas da Índia, e lidera o ranking global de taxa de detecção da doença, ou seja, é o país que mais diagnostica novos casos a cada grupo de 100.000 habitantes. Ainda assim, a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), realizadora do congresso, alerta para endemia oculta de hanseníase no país e no mundo – milhares de casos ainda sem diagnóstico.
Contexto epidemiológico no Brasil
Dados do Boletim Epidemiológico – Número Especial (jan/2025) do Ministério da Saúde mostram que:
“A hanseníase em crianças reforça a urgência de vigilância ativa, exame de contatos, investigação intradomiciliar e atenção especial em escolas e comunidades”, explica o dermatologista, que, logo após o congresso, segue para a China em uma delegação liderada pela SBH para um evento de capacitação de médicos daquele país. Nos últimos anos, o governo chinês tem levado os especialistas brasileiros para treinamento de médicos da região.
Sessão Especial no 19º Congresso Brasileiro de Hansenologia
A sessão Hanseníase em Crianças e Adolescentes: Sinal de Transmissão Ativa, terá coordenação do hansenologista Claudio Guedes Salgado (Universidade Federal do Pará) e será realizada na sexta-feira, 28 de novembro, 14h. O debate reunirá especialistas renomados para discutir aspectos clínicos, diagnósticos e estratégias para detecção precoce, prevenção de sequelas e proteção da infância.
Programação:
Hanseníase na Tríplice Fronteira
Marco Andrey Cipriani Frade, presidente da SBH e do congresso, ressalta que a realização do evento em Foz do Iguaçu — cidade localizada na Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina — é estratégica. “A intensa circulação de pessoas e as dinâmicas sociais da região podem aumentar o risco de transmissão em áreas vulneráveis, o que, para a SBH, torna urgente a organização de ações coordenadas entre os três países e estratégias de integração e políticas públicas conjuntas”, analisa.
“Discutir hanseníase em crianças e adolescentes é urgente para que possamos iniciar ações em conjunto para proteger jovens e fortalecer políticas públicas que beneficiarão toda a população”, comenta Salgado.
Alguns assuntos que serão tratados no 19º Congresso Brasileiro de Hansenologia
Serviço
19º Congresso Brasileiro de Hansenologia – “Hanseníase na Tríplice Fronteira”
Data: 25 a 28 de novembro de 2025
Local: Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention - Foz do Iguaçu, PR
Informações e programação: www.sbhansenologia.org.br
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