• Brasil é o 2° país com mais casos de hanseníase (perde apenas para a Índia porque é um país muito mais populoso). Mas o país já ocupa o 1° lugar no ranking mundial em “taxa de detecção”, que é o percentual de casos novos diagnosticados a cada 100 mil habitantes. O Brasil concentra mais de 90% dos casos diagnosticados nas Américas.
• Ainda assim, há uma “endemia oculta de hanseníase” no país que são milhares de casos ainda sem diagnóstico, com doentes sem tratamento e transmitindo a doença – informação que está em vários artigos publicados em revistas científicas brasileiras e estrangeiras.
• Antes da pandemia, eram diagnosticados cerca de 30 mil novos casos/ano no país e, mesmo assim, segundo a SBH-Sociedade Brasileira de Hansenologia, existem milhares de pessoas sem diagnóstico e tratamento.
• O Brasil diagnostica tardiamente a doença, em geral, quando o paciente apresenta sinais visíveis pelo corpo – a hanseníase é uma doença neural, o bacilo de Hansen agride e provoca inflamações nos nervos e, quando a doença mostra sinais na pele, é porque está em estágio avançado. O bacilo age muito lentamente e o paciente, com o tempo, começa a perder a sensibilidade em algumas partes do corpo e pode perder a força nas mãos e até nos pés, como segurar as sandálias de dedo, por exemplo.
• O tratamento da hanseníase é gratuito em todo o Brasil, feito com um coquetel de antibióticos disponível no SUS (a medicação é doada ao país pela OMS-Organização Mundial de Saúde) e o paciente deixa de transmitir o bacilo logo iniciado o tratamento.
• O diagnóstico é clínico – o médico pode pedir exames complementares. Nem sempre os exames conseguem identificar a presença do bacilo, mas o exame clínico é suficiente para o diagnóstico. O médico avalia espessamento de nervos clinicamente ou por ultrassom de nervos, além de outros sinais e sintomas.
• A hanseníase pode ser controlada, mas não erradicada porque o bacilo continua presente na natureza. O controle depende da quebra da cadeia de transmissão do bacilo que pode ser conseguida com o aumento de diagnósticos e tratamento.
• A hanseníase não é uma doença característica de populações e comunidades vulneráveis. O mapeamento da ocorrência de casos aponta diagnósticos entre populações de todas as classes sociais. A ocorrência maior de casos em populações mais vulneráveis tem as mesmas características de outras doenças: falta de informação e condições sociais. Muitos vivem em moradias pequenas e lotadas, com alta densidade demográfica intradomiciliar, e por fim, dificuldade de acesso à saúde com profissionais habilitados/capacitados em hanseníase.
• Um questionário simples com 14 perguntas (adotado pelo SUS e desenvolvido na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto com o prof. Marco Andrey, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia) está revolucionando o rastreio de casos suspeitos de hanseníase no país. Ele está acessível na internet em QSH e qualquer pessoa pode responder e apresentar ao seu médico.
• A análise das respostas de milhares de questionários era feita manualmente por profissionais da Atenção Básica à Saúde/SUS, mas pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto desenvolveram uma plataforma que utiliza Inteligência Artificial para avaliar as respostas dos questionários – antes disso, milhares de questionários no país eram analisados manualmente. São duas tecnologias que estão revolucionando o enfrentamento à hanseníase no Brasil e podem ser compartilhadas com países que ainda sofrem com a doença.
• Marco Andrey acaba de lançar um podcast, intitulado “À Flor da Pele” para explicar, em linguagem didática, à população as pesquisas e avanços que vêm sendo feitos para vencer a hanseníase.
• Médicos da Sociedade Brasileira de Hansenologia têm feito buscas ativas de casos pelo interior do país, em regiões periféricas, e têm capacitado profissionais da Atenção Básica à Saúde/SUS. Isso tem colaborado para o aumento de casos novos.
• O aumento de diagnósticos de hanseníase é importante para quebrar a cadeia de transmissão do bacilo – apenas diagnosticando e tratando o país pode controlar a doença e enfrentar a endemia oculta.
• Em cada localidade onde há treinamento, os números de diagnósticos novos aumentam significativamente. Sem treinamento, muitas regiões brasileiras não têm registrado novos casos de hanseníase – o que causa estranhamento porque o país tem uma endemia oculta da doença.
• A SBH criou o 1º curso de especialização em Hansenologia, depois de 40 anos no Brasil. Muitos médicos estão sendo formados. O curso é gratuito e exclusivo para médicos do SUS. Duas turmas já foram formadas em Cuiabá, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde do Mato Grosso. A SBH busca levar o curso para outras regiões do país. Há muitos anos os cursos de formação superior de profissionais de saúde deixaram de ensinar sobre a hanseníase porque o país considerou a doença como controlada e os serviços de saúde deixaram de diagnosticar.
• Por desconhecimento, muitas organizações ainda publicam editais de contratação de pessoal proibindo a participação de pessoas afetadas pela hanseníase (mas se elas foram diagnosticadas, certamente estão em tratamento porque a notificação é compulsória e o tratamento é gratuito) e, deixam de transmitir o bacilo a seus comunicantes após o início do tratamento.
• As campanhas educativas também deixaram de ser feitas. Em 2015 entrou no ar a campanha Todos contra a Hanseníase da SBH, que está completando 10 anos em 2025. A SBH disponibiliza o vídeo educativo de 30 segundos e a cartilha da campanha pela internet no link VIDEOS E CARTILHA DA CAMPANHA TODOS CONTRA A HANSENIASE - e cartilhas impressas para ações coordenadas com a área de Comunicação da SBH.
A SBH foi fundada em 1948 e completa 77 anos em 2025. É organizadora do maior evento brasileiro que trata da hanseníase (o Congresso Brasileiro de Hansenologia), é a sociedade que certifica os médicos especialistas na área de atuação em Hansenologia, além de ser realizadora da Campanha Nacional Todos contra a Hanseníase (parceira oficial do NTD World Day-Neglected Tropical Diseases Day, ação global para enfrentamento das doenças tropicais negligenciadas).
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