Projeto Veredas, Secretaria Municipal da Saúde e Sociedade Brasileira de Hansenologia avaliam pacientes com suspeita de hanseníase neste sábado

Alunos do Projeto Veredas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP junto com a equipe da Secretaria Municipal da Saúde/Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto/Unidade de Saúde de Apoio Dr. Luis Carlos Raya e SBH-Sociedade Brasileira de Hansenologia estarão, neste sábado, 6, no Assentamento Mário Lago, de Ribeirão Preto, para avaliar 30 pacientes suspeitos de estarem com hanseníase. A ação começa às 7h com previsão de terminar à tarde. O presidente da SBH, Marco Andrey Cipriani Frade, acompanhará a ação.

Os pacientes convocados para exame foram identificados desde janeiro/2023, quando foi realizada uma semana de ações de rastreio de casos no local, promovida na agenda da campanha nacional Janeiro Roxo-Todos contra a Hanseníase, realizada pela SBH em parceria com Senac Ribeirão Preto e Secretaria Municipal da Saúde/Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto/Unidade de Saúde de Apoio Dr. Luis Carlos Raya. Segundo a enfermeira Maria Carolina Santos Scozzafave, a Unidade de Saúde de Apoio implantou o rastreio permanente de hanseníase desde então. Cerca de 3.000 pessoas vivem no assentamento.

Todos os casos confirmados serão encaminhados para tratamento. A hanseníase é uma doença que tem cura e o tratamento é gratuito. O desafio é o diagnóstico precoce para evitar sequelas que podem se tornar incapacitantes e irreversíveis. A doença é provocada pelo bacilo Mycobacterium leprae que afeta os nervos – o paciente pode sentir fisgadas e formigamentos pelo corpo, pode perder a sensibilidade em algumas áreas na pele e não sentir dor, calor, frio ou mesmo um toque na área afetada. A doença pode ser confundida com várias outras, dentre elas, artrite e artrose, por exemplo – isso porque o bacilo se instala nos nervos e, ao longo do tempo, o paciente pode desenvolver o que se chama de “mãos em garra” em decorrência da lesão nos nervos.

Projeto Veredas
Projeto de extensão universitária que objetiva levar atendimento médico e informação sobre saúde para populações em estado de vulnerabilidade. As ações se baseiam em práticas médicas ambulatoriais, orientações e campanhas sobre os mais diversos temas ligados à prevenção e conscientização em saúde.

O projeto existe desde 2014. Segundo o diretor de Atendimento do Projeto Veredas, Pedro Bagnola, aluno do 5º ano de Medicina, os estudantes atuam voluntariamente com objetivo de fazer a diferença na qualidade de vida da população com ações que possam enriquecer o conhecimento acadêmico, social e pessoal do futuro médico. Inspirado em projetos semelhantes, o Veredas se organiza com objetivos de curto prazo - fornecendo atendimento médico, acesso a medicamentos, órteses e exames aos pacientes, além de triagem e encaminhamento de casos complexos - e objetivos de longo prazo – com inserção da população vulnerável no Sistema Único de Saúde (SUS), troca de experiências com a equipe e educação em saúde.

Atualmente, o Projeto Veredas é formado por alunos dos cursos de Medicina, Fisioterapia e Psicologia do Campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP-RP).