A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) realiza, de 30 de outubro a 2 de novembro, o 8° Simpósio Brasileiro de Hansenologia, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O evento tem como tema “Ações para diagnóstico precoce e/ou oportuno da hanseníase” e apresentará 18 mesas-redondas coordenadas por profissionais de várias universidades, institutos e organizações especializados.
Segundo o presidente da SBH, Marco Andrey Cipriani Frade, o Brasil registra 30 mil novos casos por ano e é alto o número de pacientes com menos de 15 anos de idade e pacientes que apresentam grau II de incapacidade por diagnóstico tardio da doença (no grau zero, não há comprometimento neural; no grau I há perda ou diminuição de sensibilidade; no grau II há deformidades ou incapacidades nos olhos, pés mãos etc.).
A SBH vem trabalhando, desde 1947, para que o Brasil baixe a taxa de prevalência da doença. Atualmente, o índice está em 1,42 casos/10 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza 1 caso/10 mil habitantes para que a doença deixe de ser problema de saúde pública.
Além do Simpósio, a SBH realiza também o Congresso Brasileiro de Hansenologia a cada três anos.
AGENDA
31/10, sábado
8h às 10h
- Aspectos laboratoriais na hanseníase: sorologia, genética e marcadores
Coordenadores: Gil Benard (Faculdade Medicina USP-SP) e Maria Cristina Vidal Pessolani (Fiocruz-RJ)
Haverá palestra sobre aplicações da farmacogenética na hanseníase.
- Aspectos históricos da hanseníase e o hoje
Coordenadores: Wagner Nogueira (Fundação Paulista Contra Hanseníase) e Yara Nogueira Monteiro (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas USP-SP)
Haverá palestras sobre a “lepra” no mundo antigo, progressão da hanseníase no nordeste de Minas Gerais (século XIX a XXI), crianças “indesejadas” (filhos de ex-pacientes internados compulsoriamente).
- Hanseníase e suas características etárias e de gênero
Coordenadores: Maria Fátima de Maroja (Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos -DAHW) e Marilda Abreu (Universidade Oeste Paulista UNOESTE)
Haverá palestras sobre hanseníase na infância, na gravidez e no idoso
10h30 às 12h
- Cirurgias de descompressão neural (neurolise) e transposição de tendão
Coordenadores: Nilton Mazzer (Faculdade Medicina USP Ribeirão Preto) e Elifaz Cabral (Secretaria Estadual Saúde-RO)
Haverá palestra sobre cirurgias preventivas de descompressão neural, cirurgia reparadora no membro superior e inferior.
- A oftalmologia no contexto da hanseníase: do diagnóstico ao seguimento
Coordenadores: Jacob Moyés Cohen (Manaus-AM) e Antônio Augusto V. Cruz (Faculdade Medicina USP Ribeirão Preto)
Haverá palestras sobre avaliação e alterações oftalmológicas, comprometimento da córnea etc.
- Atuação da equipe multiprofissional na prevenção de incapacidades
Coordenadores: Layana de Souza Guimarães (Universidade Federal do Pará) e Fernanda Vespoli Cervenka (USP-SP)
Haverá palestras sobre cuidados com o corpo, atuação da equipe multiprofissional e prevenção de incapacidades.
14h às 15h30
- Diagnóstico precoce e avaliação de contatos em hanseníase
Coordenadores: João Carlos Lopes Simão (Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina USP Ribeirão Preto) e Marco Andrey Cipriani Frade (Faculdade Medicina USP Ribeirão Preto)
Ministério da Saúde
Coordenadores: Marcos Virmond (Instituto Lauro Souza Lima SP / International Leprosy Association) e Magda Levantezi (DF)
Haverá palestras sobre estratégia para detecção de casos novos, convênios, projetos de pesquisas e estudos aplicados à hanseníase.
16h às 18h
- Atualidades no diagnóstico da hanseniase: em que avançamos?
Coordenadores: Isabela Goulart (Universidade Federal Uberlândia), Luiz Ricardo Goulart (Universidade Federal Uberlândia), Bernard Naafs (Holanda)
Haverá palestras sobre novos antígenos para diagnóstico e sobre o tema “Infecção assintomática pelo Mycobacterium leprae entre doadores de sangue pode predizer desenvolvimento de hanseníase e sugerir um modo potencial de transmissão”.
- O papel da enfermagem na identificação e condução de casos suspeitos
Coordenadores: Noêmi Garcia de Almeida Galan (International Leprosy Association SP)
Haverá palestras sobre a importância da enfermagem na identificação e condução de casos suspeitos, estratégias de busca ativa e a importância da comunicação.
1°/11, domingo
8h às 10h
- Reações hansênicas e manejo clínico: o que há de novo e eficaz?
Coordenadores: Heitor de Sá Gonçalves (Centro Referência Dona Libânia - CE) e João Carlos Lopes Simão (Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina USP Ribeirão Preto)
Haverá palestras sobre novidades no tratamento.
- Ações inovadoras e estimuladoras no autocuidado em hanseníase
Coordenadores: Thania Loiola Cordeiro Abi Rached (Faculdade Medicina USP Ribeirão Preto), Susilene Nardi (Instituto Adolfo Lutz)
Haverá palestras sobre grupos de autocuidados, o papel do psicólogo, familiares e cuidadores.
10h30 às 12h
- Metodologias e ações inovadoras aplicadas ao diagnóstico da hanseníase Coordenadores: Cláudio Guedes Salgado (Universidade Federal Pará), Maria Cristina V. Pessolani (FIOCRUZ RJ)
- Telesaúde e telemedicina: relatos de experiências em hanseníase e seus impactos
Coordenadores: Maria Leide W. de Oliveira (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Luiz Cláudio Dias (Fundação Alfredo da Matta-AM)
Haverá palestras sobre as experiências do Rio de Janeiro e do Amazonas
14h às 15h30
- Neuropatia hansênica e seus diagnósticos diferenciais: aspectos clínicos e eletrofisiológicos
Coordenadores: Wilson Marques Junior (Faculdade Medicina USP Ribeirão Preto)
- Movimentos sociais e direitos humanos em hanseníase
Coordenadora: Maria Eugênia Noviski Gallo (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República)
Haverá palestras sobre conquistas e desafios em direitos humanos e sobre o tema “Rastreando informações dos familiares que foram separados de seus pais pelo isolamento compulsório aos pacientes de hanseníase no estado de São Paulo”.
16h às 18h
- Recidiva, insuficiência, falência terapêutica e resistência medicamentosa na hanseníase
Coordenadores: Isabela Maria Bernardes Goulart (Universidade Federal Uberlândia MG) e Maria Leide W. de Oliveira (Universidade Federal RJ)
Haverá palestras sobre resistência medicamentosa, discussão de casos e novas drogas potenciais para tratamento de hanseníase.
- Como consolidar o que já conquistamos – Programa de Controle de Hanseníase no Estado de São Paulo
Coordenadores: Mary Lise Marzliack (Secretaria Estadual da Saúde-SP) e Wagner Nogueira (Fundação Paulista Contra Hanseníase)
Sobre a SBH
A Sociedade Brasileira de Hansenologia foi fundada em 1948. É a realizadora do Simpósio Brasileiro de Hansenologia e do Congresso Brasileiro – este acontece a cada três anos. São os únicos eventos no país que tratam especificamente do tema e atendem a uma rede de profissionais da saúde que inclui: médicos das áreas de dermatologia, infectologia, clínica médica, neurologia, ortopedia, oftalmologia, medicina da família e comunidade, medicina preventiva e social, além de profissionais de fisioterapia, terapia ocupacional, assistência social, história, biomedicina e alunos de graduação. A SBH é a responsável pela aplicação da prova teórico-prática para obtenção do certificado de área de atuação em hansenologia para médicos. As provas são realizadas a cada três anos, durante o congresso da entidade.
A SBH é presidida por Marco Andrey Cipriani Frade, dermatologista pela SBD-AMB (Sociedade Brasileira de Dermatologia-Associação Médica Brasileira) e hansenologista pela SBH-AMB, coordenador de Residência Médica de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (HCFMRP-USP), coordenador do Centro de Referência em Dermatologia Sanitária - Hanseníase - HCFMRP-USP.