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Sociedade Brasileira de Hansenologia lança campanha educativa

Publicação: 21/10/2016

A Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) lança, dia 1/11, em Ribeirão Preto-SP, a campanha nacional #TodosContraaHanseníase. O objetivo é alertar a sociedade para o alto número de casos de hanseníase no Brasil – o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial da doença, atrás apenas da Índia. Em 2014, o Brasil foi responsável por 90,8% dos casos de hanseníase nas Américas e diagnosticou mais de 31 mil casos novos; ou seja, quase o mesmo número de casos de HIV/AIDS diagnosticados no mesmo ano no país.

Hanseníase tem cura e tratamento gratuito no Brasil, mas é uma doença transmissível e de difícil diagnóstico, especialmente em seu estágio inicial – o doente deixa de transmitir hanseníase quando começa o tratamento. Como o bacilo fica incubado por vários anos, o protocolo médico exige avaliação de todos os comunicantes (amigos, familiares) de cada paciente diagnosticado com a doença.

Campanha

A campanha #TodosContraaHanseníase  é dirigida à comunidade em geral – adultos e crianças. E vai trabalhar o tema hanseníase em escolas, empresas, ONGs, clubes de serviço, sindicatos etc. “O objetivo é que o tema volte às salas de aula, pois hanseníase é uma doença esquecida que cresce silenciosamente”, alerta o presidente da SBH, professor Marco Andrey Cipriani Frade.

O download da cartilha educativa já pode ser feito, clicando aqui. A SBH vem contatando empresas, ONGs, clubes de serviço, sindicatos etc. para que divulguem a campanha internamente e disponibilizem a cartilha para seus públicos.

A campanha ganhou um mascote – o Profi – que já está visitando escolas e uma página no Facebook, onde disponibiliza cartões educativos para serem compartilhados, veja aqui. “Queremos que as pessoas sejam colaboradores virtuais, pois a facilidade de acesso às redes sociais e a familiaridade de vários públicos de interesse com elas são trunfos importantes para a campanha”, explica Marco Andrey.

A SBH disponibiliza todo o conteúdo da campanha, inclusive um manual do educador, para prefeituras, igrejas, sindicatos, associações, clubes de serviços, escolas, ONGs, empresas etc. para trabalharem o tema em suas áreas de atuação.

Objetivos
A SBH elencou como objetivos da campanha:

Além disso, a SBH tem promovido treinamento avançado para profissionais de saúde (médicos, dentistas, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais etc.) em todo o Brasil. Nos últimos meses foram realizados treinamentos e busca ativa de casos em várias cidades – inclusive pequenos municípios interioranos – do estado de São Paulo, Pará, Pernambuco, Pará, Amazonas, Espírito Santo, Tocantins, Distrito Federal etc.

Números no Brasil

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hanseníase é considerada sob controle quando atinge até 1 caso para 10 mil habitantes. O Brasil tem um coeficiente nacional de 1,27 casos para 10 mil habitantes. No entanto, alguns estados brasileiros têm índices alarmantes. É o caso de Roraima, Pará, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Tocantins. O Mato Grosso chega a 10,19 casos por 10 mil habitantes. São regiões hiperendêmicas.

O estado de Pernambuco é classificado, segundo os critérios da OMS, como área de “Endemicidade Muito Alta” (referente ao indicador de detecção de casos novos de hanseníase) e “Hiperêndemico” (nos casos novos menores de 15 anos). Segundo a SBH, Pernambuco revela uma endemia oculta, ocupando o 9° lugar no Brasil em detecção geral e o 5° em detecção em menor de 15 anos.

A SBH alerta que a hanseníase atinge todas as classes econômicas e sociais, sem distinção. Municípios com altos índices econômicos e de educação são vítimas da doença. Regiões como a Ribeirão Preto, no interior paulista, registram trabalhadores afastados por causa de hanseníase.

A SBH está preocupada com o alto número de crianças de até 15 anos com a doença. “Isso mostra que o paciente teve contato com a doença muito jovem – em casa ou na escola, por exemplo – pois a hanseníase fica incubada por muitos anos e só se transmite de pessoa doente sem tratamento para pessoa saudável”, explica o médico Marco Andrey Cipriani Frade.  A entidade chama a atenção para o diagnóstico tardio da hanseníase, quando o paciente já apresenta sequelas irreversíveis.

A doença

A doença pode se manifestar com manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele. Essas áreas perde​m a sensibilidade: o paciente não sente dor, frio, calor ou mesmo um toque porque tem os nervos afetados. E o doente também pode perder força para segurar objetos. Hanseníase é ainda a doença infecciosa que mais causa cegueira. Porém tem cura. O tratamento é gratuito em todo o Brasil. É só procurar uma unidade de saúde.

A hanseníase é conhecida como “doença negligenciada”, pois foi esquecida, raramente é discutida nas escolas e pelas famílias e isso colabora para aumentar o número dos doentes em todo o Brasil. Muitos deles nem sabem que estão doentes, pois é uma doença de difícil diagnóstico, principalmente nas formas mais iniciais. “Por isso, é fundamental que as pessoas estejam sempre atentas, prestando atenção ​na pele​, avaliando sua sensibilidade​ e a presença de manchas​”, alerta o médico Marco Andrey.

-Todo o material da campanha está disponível para download, aqui.

 AGENDA
Campanha #TodosContraaHanseníase
Data: 1° de novembro de 2016 – 3ª feira
Local: Tryp Hotel Ribeirão Preto – Av Dr. José Cesário Monteiro da Silva 150, Jd. Nova aliança
Horário: 9h

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