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Sociedade Brasileira de Hansenologia oferece curso para agentes comunitários e técnicos de enfermagem em Palmas

Publicação: 28/08/2018

São 400 vagas disponíveis. Segundo a SBH, é preciso capacitar os profissionais da atenção básica à saúde em todo o país para reverter o quadro de diagnósticos tardios da hanseníase

Segundo país em número de casos de hanseníase – perdendo para a Índia –, o Brasil ainda está longe de um cenário de controle da doença. Não são raros os casos de pacientes que conseguem o diagnóstico depois de terem passado por inúmeras consultas médicas ou que são finalmente diagnosticados com hanseníase quando já apresentam sequelas/incapacidades em estado avançado: a hanseníase ainda é diagnosticada quando as sequelas estão visíveis e já comprometeram em algum grau a saúde do paciente. Também é preocupante o número de doentes com menos de 15 anos de idade – a hanseníase leva de cinco a dez anos para se manifestar.

Um dos pontos principais na política de combate à doença no país é a capacitação dos profissionais de saúde. Por isso, a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) promove um curso de capacitação voltado a agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem em Palmas (TO). São 400 vagas disponíveis. O curso acontece dia 14 de novembro, das 14h às 18h, no que Centro de Convenções Arnaud Rodrigues, com inscrições gratuitas. As inscrições iniciam em setembro e as informações serão disponibilizadas no endereço www.sbhansenologia.org.br/congresso2018 .

A SBH realiza em Palmas, de 13 a 17 de novembro, a 15ª edição do Congresso Brasileiro de Hansenologia – o maior evento no Brasil que trata do tema. A edição 2018 do congresso é comemorativa dos 70 anos da SBH.

O curso

O curso orientará os agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem sobre como suspeitar de lesões relacionadas à hanseníase (manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele com alteração de sensibilidade ao tato, dor e ao frio ou calor).

“Temos de ressaltar a importância do agente comunitário de saúde e do técnico de enfermagem no seguimento do tratamento dos doentes e o papel que eles desempenham no estímulo aos pacientes para que não abandonem o tratamento”, explica o presidente da SBH, Claudio Salgado. O curso abordará, também, informações sobre reações que podem ocorrer com o tratamento para que os profissionais estejam aptos a conversar com o paciente, além de orientações sobre ética na abordagem das famílias e vizinhos de pacientes de hanseníase.

No Brasil

A hanseníase no Brasil é um problema de saúde pública – por ano, são notificados mais de 30 mil casos novos – número semelhante aos registros anuais oficiais de HIV/AIDS. “Mas o Brasil certamente tem de três a cinco vezes mais casos de hanseníase”, alerta Claudio Salgado. Segundo ele, a doença ainda é diagnosticada tardiamente. São comuns os casos de pacientes que já passaram por vários atendimentos e nunca tiveram o diagnóstico correto. “Também é comum o paciente que recebeu diagnósticos diversos, fez vários tratamentos para outras doenças de pele ou para doenças que se manifestam com algum tipo de dor”, ressalta.

Tratamento

Doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. O doente tem a pele, nervos periféricos, olhos e outras áreas afetadas. Por muito tempo foi uma doença incurável. Hoje há tratamentos a base de antibióticos, totalmente gratuitos oferecidos pelo SUS.

Há formas mais contagiosas (multibacilar – muitos bacilos) e menos contagiosas (paucibacilar – poucos bacilos). O tratamento pode levar de seis meses, para os pacientes paucibacilares, a dois anos, para pacientes multibacilares e é feito à base de um coquetel de antibióticos chamado poliquimioterapia, constituído de dapsona, clofazimina e rifampicina.

Existem exames para o diagnóstico da hanseníase como baciloscopia do raspado dérmico das orelhas, cotovelos, joelhos e lesões de pele; exame histopatológico a partir da biópsia da pele, dentre outros mais sofisticados. No entanto, esses exames são geralmente positivos apenas nas formas multibacilares. O grande problema são os pacientes ditos paucibacilares (aproximadamente 40%) que não são diagnosticados nesses exames. Por isso, é grande a importância do exame clínico bem feito e, por consequência, é essencial que o Brasil tenha políticas fortes e contínuas de capacitação e treinamento a profissionais de saúde.

AGENDA
Curso Agentes Comunitários de Saúde e Técnicos de Enfermagem
Local:
Centro de Convenções Arnaud Rodrigues
Endereço: Plano Diretor Sul, Palmas (TO)
Data: 14 de novembro de 2018
Horário: 14h às 18h
Informações: www.sbhansenologia.org.br/congresso2018

15° Congresso Brasileiro de Hansenologia
Local:
Centro de Convenções Arnaud Rodrigues
Endereço: Plano Diretor Sul, Palmas (TO)
Data: 13 a 17 de novembro de 2018

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