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Ubirajara Imbiriba Salgado recebe título Doutor Honoris Causa

Publicação: 29/01/2025
Ubirajara Imbiriba Salgado recebe título Doutor Honoris Causa
Ubirajara I. Salgado/acervo pessoal

Ubirajara Imbiriba Salgado decidiu seguir uma tradição na família. Médico pela Universidade Federal do Pará, traz, na sua história, o legado do avô Camillo que, no ano marcado pela Conferência de Paz de Paris, fundou a primeira faculdade de Medicina do estado do Pará – primeira na região amazônica e oitava no país. Era 1919 e ele mal sabia que estava traçando uma história na dermatologia e na saúde pública. Anos depois, em 1964, outra data carregada de história, o jovem Ubirajara estava deixando Belém, já formado na faculdade de Medicina que tinha o DNA do avô, seguia para uma jornada no Rio de Janeiro onde encontraria outro paraense.

“É do Pará? Manda entrar”. A cena está ainda hoje na memória do médico Ubirajara no alto dos seus 86 anos e dono título de Honoris Causa pelo Centro Universitário Fibra de Belém-PA conferido em solenidade no dia 31 de janeiro de 2025. A ordem veio de outro paraense, o mestre Rubem David Azulay que estava lá no Instituto de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro fazendo história, aliás.

Dermatologia não estava nos planos do neto de Camillo. Mas quem resistiria ao protagonismo do nome que ainda hoje é reverenciado na história? O nível do curso começou a atrair estudantes curiosos e fascinados pelas aulas práticas e conhecimentos que estavam na vanguarda da medicina. Afinal, Azulay chegou a membro honorário da American Association of Dermatology, Deutsche Dermatoligische Gesellschaft, da Société Française de Dermatologie et de Syphiligraphie e da British Society of Dermatology.

Dois anos depois, em 66, Ubirajara estava de volta à sua terra. Aliás, pouco depois, nos anos 1970, o avô Camillo, aquele que salvou a perna de um paciente recorrendo a um osso de cachorro, estava na coordenação da cadeira de Dermatologia da segunda faculdade de Medicina do estado. Ubirajara pronto para devolver à sociedade o aprendizado que acumulou, assumiu o Serviço de Dermatologia da Universidade Estadual do Pará. E aí começou sua história.

“Não havia muitos alunos interessados em dermatologia”, lembra. Mas a linha de trabalho, as abordagens aprendidas no Rio de Janeiro e provavelmente uma habilidade de comunicação começaram a atrair mais estudantes. E Belém fez escola na dermatologia, formando jovens médicos preparados para entender e tratar doenças. “E para entender as dores do paciente”, fala Ubirajara.

O jovem médico honrou o legado do avô. Dermatologista com especialização em Lepra pela Escola Nacional de Saúde Pública do Ministério da Saúde, é professor titular aposentado da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e adjunto aposentado da Universidade Federal do Pará (UFPA), ocupou a cadeira de Dermatologia nas duas universidades. Chefiou o Serviço de Lepra e serviços de Doenças Venéreas da Secretaria Executiva de Saúde Pública do Estado do Pará, o Departamento de Patologia Tropical e o Departamento de Medicina Especializada da UFPA, dirigiu o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UEPA e fundou o Serviço de Dermatologia da UEPA, de alcance nacional e referência para o estado do Pará. Foi sócio efetivo da histórica Associação Brasileira de Leprologia nos anos de 1960, é membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e sócio-fundador da Regional Pará da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É o mais antigo membro em atividade da Sociedade Brasileira de Hansenologia. Tem 15 trabalhos científicos em revistas indexadas nacionais, como os Anais Brasileiros de Dermatologia, ou internacionais como a Lancet Infectious Diseases.

A dermatologia precisa ser recolocada no seu papel social. Não se pode negligenciar essa função.
Ubirajara Imbiriba Salgado

Ubirajara segue trabalhando. Sua rotina começa às 5h da manhã na leitura dos jornais do dia. Só para ao chegar a última página. Segue consultando seus pacientes. Ocupa a cadeira de número 3 da Academia de Medicina do Estado do Pará – a mesma do avô. Presidiu o Círio de Nazaré, em Belém, e incluiu mulheres na gestão anteriormente exclusividade masculina. Desde os cinco anos de idade integra o tradicional Clube do Remo paraense. O filho Claudio é dermatologista e hansenólogo. Os netos Renan e Flávia cursam medicina.

A gente quer ver a dermatologia voltar ao que ela é. As pessoas estão esperando por isso.
Ubirajara Imbiriba Salgado

Camillo até hoje é cultuado como santo milagreiro no cemitério e nas várias instituições espíritas que invocam o seu nome, dentro e fora do Brasil. Mas o que ele preferiria mesmo é que população e autoridades reverenciasse a ciência.


 

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